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Romance escrito em tempo real

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Dedico a todos os leitores e seguidores o livro virtual: O Manual do Inseguro.




Sinto-me feliz por saber que minhas palavras chegarão até você. Quem escreve não o faz para si. Sempre sonhei ver minhas palavras indo onde eu,talvez, nunca consiga ir. Os personagens então, assim como os filhos, queremos que sejam admirados, ganhem o mundo, se possível. Você que me lê agora, também escreve, siga em frente. As palavras são acessíveis a quem as ama. Nunca permita que alguém te diga que elas nunca te levarão a nenhum lugar, não é verdade. Elas te levarão a todos os lugares, a outros que ninguém conhece e, na pior das hipóteses, te levarão ao que há de mais verdadeiro no seu ser. Espero que aceitem este singelo presente. Aproveito o ensejo para desejar a todos um natal regado de muita paz e comunhão e um 2010 repleto de paz, saúde e que o melhor se realize. Sempre!
Bjs a todos e até 2010!

Para ler o livro " Manual do Inseguro " click aqui.

Por favor, alguém me informe!!!!

Como posso postar um arquivo PDF neste espaço para que
possa ser aberto, fazer download? Ficaria muito agradecida
por uma resposta.

Bjs

Stella Tavares

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Após uma grande inquietação

Quem entra no manual hoje em dia deve pensar: Esse manual não fala sobre insegurança. Quando criei este espaço, o foco era exclusivamente a insegurança, mas optei por falar sobre tudo que me vai à alma, independente de tema. As mensagens iniciais eram todas assim, mas decidi retirá-las, transformá-las em um livro e dar de presente a todos os leitores, posteriormente. Um livro virtual. Assim como o manual, tudo na vida é passível de mudaça. Somos todas as estações em um único dia. Tanto podemos viver verões ensolarados ou chuvosos,internináveis invernos cinzentos ou rápidos e intensos invernos aconchegantes. Tudo depende da nossa forma de olhar, sentir. Durante todo o mês de novembro passei apreensiva, aguardando por uma biópsia de urgência que fiz no Rio. Apesar de não me descuidar da mamomgrafia todos os anos. Totalmente pega de surpresa. Até andei meio sumida, afastada da prazerosa visita que sempre faço aos blogs parceiros e os que vou conhecendo. Durante todo o tempo pensei em família, marido, filhos , amigos, irmãos. Em alguns momentos senti muito medo, noutros, uma fé surpreendente. Até que chegou o resultado da biópsia e nele, palavras enfileiradas que formavam uma frase que me fez transbordar de alegria: "Ausência de malignidade". Poderia existir no mundo, frase mais feliz que esta? Embevecida, agradeci a Deus por esta intensa oportunidade de reavaliação.

Stella Tavares

Nunca fiz o jogo do contente, mas não é preciso fazê-lo para descobrir que os caminhos da nossa vida são mensagens, pistas, setas que nos conduzem para nossa essência e o que de melhor existe em nós. Acredito que é nela que o Sopro de Deus habita.
Bjs a todos!!!!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Vale a pena conhecer: Dora Tavares

FATOS

Não se faz
De um instante
A fantasia

Nem se ordena
Com um passo
A minha dança

Não foi feito
De uma dor
O meu amargo.

Dora Tavares

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O SENTIDO DAS PALAVRAS

Palavras sempre funcionam como um passaporte que me conduz a lugares que nunca fui. Apaixono-me por elas e não necessariamente pelos seus significados. A palavra que mais me encanta é MOVIMENTO. Encanta-me pelo som e também pelo significado. Dá uma sensação de renovação, de aglomeração, de bons resultados. Quando se faz um movimento em prol de alguma causa normalmente obtém-se bom resultado. Lembra-me também um passo de dança, a resposta da água quando se atira pedrinhas no lago. Acabei de carimbar o meu passaporte e a palavra movimento já me conduziu a todas essas imagens. Quando crio um personagem as palavras se multiplicam, salpicam, mesclam um mosaico. São palavras do personagem e não minhas. São eles que me conduzem, eles próprios desenvolvem suas histórias, seus desfechos. Em alguns trechos até encontro minhas digitais pelo texto, afinal fui eu quem escreveu, mas várias vezes já fui surpreendida por eles. Assim como Júlia, a personagem principal de “No convés do tempo” muitas vezes nos misturamos, nos transfundimos, mas ela sempre vence nossas semelhanças e apresenta-me suas peculiaridades. Enquanto escrevia No convés do tempo, andei em companhia de Júlia por todos os caminhos, visitei sua casa, sua infância, sua cidade, permaneci ao seu lado até quando ela entrou em vida vegetativa. Acompanhei-a vida a dentro e ao mesmo tempo permaneci junto ao seu leito, aguardando ansiosa por algum MOVIMENTO.

Stella Tavares

domingo, 29 de novembro de 2009

Apagando velinhas com um sopro de brisa

Imaginei a princípio que nada seria mais fácil que postar textos de outros autores, outros blogs. Foi então que me perdi em meio a tantos textos feitos com extrema delicadeza, sensibilidade, precisão, utilidade. Alguns de um humor fino, apurado, outros de uma melancolia velada e encantadora. Comecei a passear em meio a palavras e idéias e, quando dei por mim, havia selecionado três vezes ou mais do que o tempo estipulado me permitia. Foi então que me dei conta que trinta dias em meio a tanta beleza tinha a duração de um sopro de brisa. Descobri que de Parabéns! estão todos os que se mostram em verso, prosa, imagens, receitas, dicas, humor e também pessoas que buscam, cuidadosamente, textos de outros autores e os publicam como forma de carinho e afago aos seus leitores. Na minha gaveta virtual ainda estão lindos poemas, encantadores textos de pessoas também encantadoras e que fazem a total diferença na blogosfera. Na colcha de retalhos que fui alinhavando com os olhos, ainda ficaram vários quadradinhos coloridos, de padronagens únicas, intensas, exclusivas. Entendi que esta parceria não poderia acontecer no prazo restrito de trinta dias. Decidi que a levaria vida afora, postando todas as pérolas que recebi. Todos serão publicados em um dia da semana que será dedicado à criação de links que levarão a outros blogs. Sem data de finalizar irei me encantando e dividindo o mesmo encantamento com todos os leitores e queridos parceiros. Hoje, pensei até em pesquisar no blog da raSena uma receita de bolo de festa, mas só então descobri que os ingredientes que usaria não seriam os mesmos de uma receita convencional. Eles vieram do carinho e da troca que fazemos diariamente de tantas pessoas que admiro e que, graças a Deus, são bem mais de trinta. São "sementinhas" que vão germinando e frutificando a olhos vistos A todos, os meus sinceros agradecimentos e o desejo de que esta parceria fortaleça e frutifique mais e mais a cada dia.
Stella Tavares

terça-feira, 24 de novembro de 2009

http://arteemoes.blogspot.com

http://blogcardigos.blogs.sapo.pt/arquivo/1ANIVERSARIO.JPG

PRIMEIRO ANIVERSÁRIO

AOS NOSSOS QUERIDOS AMIGOS!

Exatamente no dia 16 de novembro de 2008, o Arte & Emoções fez a sua primeira postagem com o título TABAGISMO: VAMOS LARGAR? Apresentando um método que criei, com a finalidade de deixar o vício do cigarro. Como o resultado foi positivo, pois larguei o vício que já perdurava por cinquenta e hum anos, resolvi que deveria torná-lo público, pois, quem sabe, alguém poderia querer utilizá-lo e tentar lograr o mesmo êxito que eu...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

http://regynaestevan.blogspot.com/



Queria muito escrever. Dizer aí uma coisa bonita qualquer. Ou que fizesse pensar. Às vezes dá até uma angústia. Mas é uma tal angústia que nem se diz em palavras. Só se faz sentir. Meus dias são de sol e têm flores. Têm cheiro de qualquer coisa boa, que faz sorrir. Mas tenho pensado muito em coisas minhas que ficam aqui dentro. Coisas de um eu antigo. Coisas desse eu de hoje que tento conhecer e entender. Ou a quem tento me explicar. Não sei. Nas cartas que escrevo fico cheia de idéias, pensando coisas que quero contar, a quem quero dizê-las. E essa é uma sensação gostosa, de cumplicidade. De partilha. Partilho meus dias, sensações, ambições, desejos, inseguranças. Alegrias também, que é sempre bom. Tenho livros novos, nova música boa. Saudade, e é sempre.
Re

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

http://leisdalais.blogspot.com/




Considerações...

Vez em quando, me bate aquela fé. Em tudo. Fé que vem naquela quinta-feira ociosa quando você pára e escuta o pio das aves que estão na árvore. Aquela árvore cujos galhos caem pelos telhados que resguardam sua casa. Fé igualmente sentida ao chegar em casa e ser recebida pelo cachorro, o qual lhe dá a certeza que alguém sente sua falta. Incondicionalmente...




quinta-feira, 19 de novembro de 2009

http://averdadesobreanostalgia.blogspot.com/


Quebra-cabeça
Era incrível, ele picotava as cartas e ela costurava
Ele rasgava as roupas e ela costurava
Impressionantemente, ele tudo fez
Para desmanchar seus batons, suas jóias, suas saias
E de tanto ele quebrar louças, janelas e espelhos
Nela rachou algo "irremediável"
Desesperado sem saber como se fazia
Tentou juntá-la em pequenas peças
Mas no desenho formado ficou faltando
Uma bem no meio, do lado esquerdo
E para preencher singelo espaço
Eles se pôs numa peça torta, desfigurada
Foi a única que conseguiu formar
Dos pedaços em que se partiu.
LARA AMARAL

terça-feira, 17 de novembro de 2009

http://apenasumponto.blogspot.com


Você está exatamente onde deveria estar


Quando eu quis mudar não foi possível: chorei, deprimi( no bom sentido, se é que isso existe), reclamei e tive que me reinventar, conquistar nossos espaços num lugar que já existia.
O tempo passou, os planos mudaram e foi aí que veio a tão esperada novidade, não era exatamente aquilo, mas era uma nova porta, um novo caminho, novas pessoas, ares e olhares...

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domingo, 15 de novembro de 2009

http://mamao-ao-cassis.blogspot.com/



Uma irmã à frente do seu tempo ou Eu vejo flores em você
Quando pequena, lá pelos meus 8 anos, eu instruía minha irmãzinha (6 anos mais nova) a falar algumas groselhas. E uma delas era ficar repetindo insistentemente - de preferência para pessoas estranhas - a cabalística frase "Eu como flor" (que ela reproduzia com sua vozinha de neném "Eu como fôr...")







A hora do pesadelo, quer dizer, da salada de frutas
Maninha me convidou para passar um final de semana em sua casa há um tempo.Fazia tempo que não passávamos momentos juntas e achei que iria ser muito legalll...


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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

http://memoriasvivasereais.blogspot.com/

Tratam-se De VIDAS. Preciosas, meu Deus! Diàrio de um Professor preocupado


Tratam-se De VIDAS. Preciosas, meu Deus!

Diàrio de um Professor preocupado

(Leiam, POR FAVOR, Amigos (as), até poderão gostar! Quem Sabe?)

MUITO OBRIGADO...!



Quando a noite cai sinto uma melancolia de difícil entendimento. Percepção complexa.

Sinto-me feliz e fico atrapalhado por os outros não o estarem.

A noite sucede ao dia e surgem-me momentos.


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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

http://vieiracalado-poesia.blogspot.com/


poema àquele azul



Era um azul vivo branco lilás prateado negro transparente
cor da cor do sol nos olhos cerrados a este mundo.

Era um azul flecha parada movimento estático do mar
cor próxima da cor de quem bendiz o amor.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

http://bruxinhaalegre.blogspot.com/



Diga NÃO à violência contra as crianças!




Este é um texto de BLOGAGEM COLETIVA!
Proposta da Roberta do blog Mix Cultural.


Sou de uma geração que pedia a bênção aos pais, antes de dormir e ao acordar;aos avós, padrinhos e mais velhos. Tínhamos que pedir licença aos professores se, porventura, chegássemos atrasados à escola e, ao simples olhar materno já sabíamos o que devíamos fazer ou não. Era um olhar que falava sem palavras.

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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

http://livinha27.blogspot.com/

No balé da vida...



Se fico na ponta do pé, talvez ao alcance, algo esteja,
no giro, quem sabe, rodopiando às voltas de uma mesa,
cheia de incertezas,
mas se me sento, pernas abertas e retas
sou ponteiro d um relógio, que avisa que
a hora é esta...

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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

http://ohomemeamente.blogspot.com/


Sonho, Sonhar


Podemos definir os sonhos como uma vida abstracta, vivida no subconsciente ou no consciente, onde visualizamos ou planeamos alguma realização ao nosso gosto. É comum muitas vezes focarmos a realização dos nossos sonhos e expectativas sobre alguém...

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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

http://cerante.multiply.com




Algumas palavras

Tenho algumas palavras no cio
Outras prestes a nascer
Algumas esquecidas
Num poema inacabado...


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terça-feira, 3 de novembro de 2009

http://tertulhas.blogspot.com/



Back to my own Yellow Brick Road

Ah, os caminhos.... os caminhos pelos quais a vida nos leva... e os caminhos que criamos para nós mesmos… nossas « estradas » !

Penso muito em Dorothy (Judy Garland) no filme “O Mágico de OZ” (“The Wizard of OZ”, MGM 1939) que, depois de ter sido levada por um tornado de Kansas a OZ, colocou-se a caminho para encontrar o Mágico, que morava na cidade de Esmeraldas, pela estrada dos tijolos amarelos (the yellow brick road) que estava, como Dorothy previu, « Over the Rainbow »! Caminhando e cantando – nenhuma relação com a música de Geraldo Vandré - ♪ ♫ We’re off to see the Wizard…

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

http://entremeios-angela.blogspot.com/


Algumas considerações sobre Agonia e Êxtase



Estava tomando vinho com alguns amigos e a conversa rolava solta quando uma amiga começou a recordar-se de uma passagem de sua infância...

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domingo, 1 de novembro de 2009

http//deliriospoeticos.blogspot.com



Um dia haverá
em que talvez encontres
o portão de uma velha casa...


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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Uma enriquecedora parceria

Lembro-me como se acontecesse agora, mas está prestes a fazer um ano, o dia em que abri o manual do inseguro e lá havia a minha primeira seguidora: Uma adolescente sensível que escreve sobre romaces em seu blog. Puxa! Que encantamento! Afinal havia conseguido despertar o interesse pelos meus escritos em outra pessoa além de duas irmãs e uma sobrinha que estrearam o espaço destinado a seguidores. Depois vieram outras e outras pessoas e vamos nos conhecendo e seguindo mutuamente. Fiquei alguns dias sem computador e quando entrei aqui e vi vários novos seguidores, quanta alegria! Pra ser bem sincera, o encantamento continua exatamente o mesmo. Pessoas que vão se tornando tão próximas que às vezes até duvido que não nos conhecemos fisicamente. O coração da gente não distingue se são amigos virtuais ou não. E é o nosso coração quem está certo! Passamos a admirar, gostar, amar as pessoas não pela sua forma física, mas pela forma como expressam seus sentimentos. Aqui encontro uma deliciosa sintonia, o pulsar de nossas almas ou do que nela habita. Nesse mês de aniversário, o manual será feito inteiramente pelos seguidores, leitores. Agradeço a todos que participarem enviando suas postagens e também aos que prestigiarem os posts enviados. Ao longo desse ano uma valiosa troca .A todos que comigo compartilham idéias e sentimentos, o meu enternecido e verdadeiro agradecimento e o convite para que continuemos a desfrutar dessa doce parceria.

Stella Tavares

Convido a todos a enviarem textos de sua autoria ou de outros autores, receitas, poemas que serão publicado com nome do autor e endereço do blog que enviou. Podendo inclusive ser um texto já postado, mas que retrate bem a essência do blog ali representado. Os textos podem ser enviados através do email: stellatavares@yahoo.com.br.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Vida real

Não sou muito boa com datas, mas lembro-me que era um domingo à tarde e um antigo namorado passou em minha casa para buscar-me para tomarmos um sorvete. No banco detrás havia um menino de uns seis ou sete anos e que permaneceu calado apesar de nossas tentativas de puxar assunto. Depois de algum tempo ficamos os dois sozinhos na mesa e o menino começou a falar sobre sua família. Descreveu-me, com riqueza de detalhes sobre os carros da família, festas, falou-me ainda sobre compras e viagens. Lembrei-me dos meus trajes e fiquei apreensiva. Estava vestida para tomar um sorvete numa despretensiosa tarde de domingo e não para visitar uma família que pertencia à alta sociedade mineira. Terminamos o sorvete e após quarenta minutos, estacionamos frente a um muro e um portãozinho que delimitavam um minúsculo barracão de fundos. Pai e mãe vieram ao nosso encontro. Busquei pelo menino que havia conhecido há poucas horas e não mais o encontrei. Sentou-se no chão e pôs-se a brincar com os seus parcos brinquedos. Sentei-me ao seu lado e, só então, nos conhecemos verdadeiramente.

Nunca me esqueci daquele menino e suas fantasias compulsivas que iam crescendo e se agigantando. Nunca mais o vi, mas deve estar com uns vinte seis, vinte sete anos. Torço para que aquela mania de grandeza tenha sido apenas uma fase, pura fantasia de criança e que, com o passar do tempo tenha descoberto como é confortável ser o que realmente somos e que tenha aprendido a se encantar com a própria vida.

Stella Tavares

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Para onde vai o seu olhar?

Os acontecimentos e os seus lados... A vida e os seus lados! Nunca fui de fazer o jogo do contente. Não consigo enxergar esse jogo como um aliado. Acho-o perigoso, alienador, mas também nunca fui de regar erva daninha ou cultivar o mal humor, por maior que seja a avalanche. Talvez porque sempre acreditei que ele não leva à lugar nenhum ou a nenhum bom lugar. Prefiro encarar o que se apresenta, o que não exclui um exame cuidadoso à procura de frestas, mas se ainda assim não estiver conseguindo de forma alguma, vislumbrar um novo caminho (acontecem momentos assim), prefiro juntar toda a minha impotência, tudo que busco, faço um feixe e abandono nas mãos de Deus. Ele sempre tem o endereço certo para nossa falta de caminhos. Quantas e quantas vezes após o abandono, a descoberta, o milagre ou o fim de uma espera que parecia não ter fim.

Stella Tavares

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Entre o lúdico e o real

Sem pontuação? Só com balão de oxigênio!!!

Convido a todos os leitores a conhecerem O mundo das histórias mágicas, espaço dedicado aos meus textos infantis.
É nesse mundo que histórias reais e inventadas se entrelaçam. O real conviverá harmoniosamente com menino de asas, centopéias com sapatos de arco-íris," histórias e estórias"ou,se preferirem, o lúdico e o real, mas no fundo eu lhes garanto que é tudo verdade.
Ficarei muito honrada se puder contar com sua visita.
http:mundodashistoriasmagicas.blogspot.com
Bjs

domingo, 27 de setembro de 2009

Um bicho de sete cabeças

A primeira entrevista que fiz a cerca da insegurança foi no ano de 1990, quando comecei a trabalhar o livro “O Manual do Inseguro” Lembro-me que disse a uma pessoa amiga se ela poderia me conceder uma entrevista . Lembro-me que ela prontificou-se, marcou data e hora com grande entusiasmo. Na hora marcada adentrei em sua sala e ela recebeu-me com um sorriso e uma cerimônia que não mais existia entre nós. Éramos íntimas e já tínhamos pulado esta etapa fazia algum tempo. Achei que o melhor a fazer seria colher o primeiro do que seria uma série de depoimentos . Nunca mais consegui esquecer a expressão de Eleonora, decidi batizá-la assim para que nos tornemos logo todos íntimos. A minha pergunta foi a seguinte: ¨_Eleonora, você alguma vez já se sentiu insegura? Senti que a partir daquele momento todos os salamaleques e rapa-pés seriam interrompidos. Ela fuzilou-me com os olhos e disse com voz grave:_Pareço uma pessoa insegura?_Claro que não. A pessoa não precisa ser insegura para sentir insegurança. Pode acontecer em diversos momentos da nossa vida. infância, adolescência, no primeiro dia de aula, antes do primeiro beijo, sei lá... O que interessa é a maneira como lidamos ou nos libertamos. Conheço pessoas que passaram pela vida sem nunca conseguirem esta libertação. Sempre acreditei que falar abertamente sobre o assunto, trocar experiências, poderá ajudar a muitas pessoas... _Pois eu lhe asseguro que comigo isso nunca aconteceu. Não sei do que você está falando e até acredito que você esteja perdendo tempo comigo. Não tenho como lhe ajudar. Daquele momento em diante percebi que a entrevista havia terminado, quiçá nossa amizade. Agradeci e voltei para casa. A minha vontade a princípio foi parar por ali. Nunca mais tocar nesse assunto que, aos poucos fui descobrindo, mais parecia um bicho de sete cabeças para tantos. Acredito que causaria menos estranheza ou dissabor se lhes perguntasse se eram egoístas, se mentiam com freqüência, com quantos anos perderam a virgindade..Descobri que o mundo estava cheio de pessoas seguras que se ofendiam por falar no assunto.. A amizade entre Eleonora e eu nunca mais fora a mesma. Quando comecei a escrever esse blog imaginei que não teria seguidores, mas tive a grata surpresa de conhecê-los e trocar experiências de forma tão verdadeira, enriquecedora. Mudou a década, o século, ainda assim, de vez em quando ainda me deparo com algumas Eleonoras, mas o que mais conheci foram pessoas generosas e que estão sempre dispostas a colaborar e enriquecer ainda que anonimamente. A todas essas pessoas anônimas e também aos meus bravos, queridos seguidores e leitores recebam o meu carinho, admiração e alegria por tê-los sempre perto .

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A alegria nossa de cada dia

Quem disse que só o sofrimento ensina? A alegria também é uma excelente professora. Ensina-nos a leveza e o quão terapêutico é um sorriso, uma gargalhada. É ela, a alegria, que nos prepara e alicerça para momentos difíceis, delicados, tristes. Ninguém está livre deles. Quando ainda não havia descoberto o poder da alegria, bastava passar por algum momento adverso para despedir-me dela sem mais delongas porque achava que adversidade e alegria eram incompatíveis. Hoje vejo que não são. Muito pelo contrário, é exatamente aí que mais carecemos de sua companhia, do seu apoio. Alegria é pródiga, generosa, acessível a todos que a buscam. E não precisa ir muito longe para encontrá-la. Nós é que complicamos quando criamos barreiras, condições para recebê-la. Quando dizemos que seremos felizes quando conseguirmos um emprego melhor, ou nos tornarmos mais magras,concluirmos um curso, nos casarmos., uma infindável lista.. Vamos afastando-a de nós, deixando-a por conta de um futuro, como se fosse ele o responsável por capturá-la e trazê-la até nós. Tem uma frase do filme “O Todo Poderoso” que é perfeita e é quando Deus (Morgan Freeman) diz: “As pessoas mais felizes do mundo voltam fedendo para casa no fim do dia”. Não é preciso que tudo esteja perfeito para começarmos a sentir alegria. Vamos aprendendo a alegria quando um acontecimento ruim não apaga tudo de bom que recebemos pela vida , todas as bênçãos que nos foram dadas e quando ao invés de listar todas as necessidades relembramos todas as bênçãos recebidas, enumerando motivos para agradecer e nos alegrar. Se não mais nos apartamos da alegria veremos que mais temos a agradecer que a pedir. Se nos apartamos dela uma única necessidade apaga todas as conquistas. Talvez porque alegria e esperança estejam sempre de mãos dadas. Foram décadas para descobrir que felicidade não é sinônimo de vida perfeita ou gente perfeita. Tudo que precisamos é de uma alma de aprendiz, estarmos sempre dispostos a aprender a melhor maneira de ser feliz.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Quando chegam as lembranças

Existem momentos na vida em que temos que fazer opções importantíssimas, necessárias. Foi em um desses momentos da vida que tive que tomar uma decisão assim, fundamental e com uma precisão cirúrgica. Uma cirurgia de alma, diria, quando decidi "enterrar minha infância a sete milhões de palmos da terra". Justamente por ela ter sido tão especial, permeada por tanto carinho que vinha de uma mãe que nem precisava de falar para que nos entendêssemos, seis irmãos dos quais eu sou a caçula e um pai que admirava profundamente pela sua aguçada inteligência, intimidade com as palavras, retidão de caráter e um nome que, por pura honestidade, abria qualquer porta.Doce e delicada bagagem que foi feita com carinho até que, aos dezoito anos, perdi minha mãe. Justo nós duas que não nos separávamos. Até os dezessete anos, bastava meu pai viajar para eu me aboletar em sua cama e dormirmos juntas e felizes como duas adolescentes. Sempre fui muito calma, tranquila e agradecida a Deus por tudo que recebo. Ainda que esse "tudo" inclua uma perda irreparável. A partir daí toda nossa bonita convivência se transformou em lembranças que de tão vivas faziam-me arder em febre. Febre emocional. Foi a partir daí que meu pai e eu decidimos que já era hora de darmos um novo rumo a nossas vidas e assim fizemos. Ele se casou novamente com uma ótima pessoa que lhe resgatou o brilho nos olhos e nos abençoou com dois irmãos e eu me mudei para Belo Horizonte e fui trabalhar em um banco. Foi nessa época que decidi que deixaria suspensa minhas lembranças, guardadas, onde eu não pudesse vê-las e pus-me a viver o dia-a-dia. Muito tempo se passou até o dia em que descobri que já conseguia lembrar sem dor, sem febre. Hoje minhas lembranças moram comigo, divide a vida, se misturam e se entrelaçam com o presente. E como diz minha música preferida " toda vez que o adulto balança o menino me dá a mão"...
Benditas lembranças que iluminam e povoam nossas almas e são intransferíveis, únicas assim como o traçado de nossas mãos.

Stella Tavares

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Carnaval

Dizem que é carnaval, mas eu não acredito. Acreditaria se estivesse me arrumando para dançar no clube. Desenrolando os meus sapatos dourados, de um solado tão fino que dava para sentir cada pedrinha da minha rua descalça. A banda do Zelinho tocando “Carnaval é loucura”, hino carnavalesco de sua autoria. Minha mãe sentada, observando a minha dança singela e verdadeira.
Acho que perdi a loucura por carnaval, mas, também já perdi a loucura por tanta coisa. Conheci outras modalidades. Inclusive, a de ser uma pessoa sem passado. Por opção. Fui retirando a sua importância num jogo que só eu sabia jogar. Cada pessoa que morria, fazia enterrar junto com elas as suas lembranças.
Foi assim que enterrei minha infância, a sete milhões de palmos da terra e achei ter descoberto a maneira mais indolor de se viver. Quando dei por mim, estava totalmente sem memórias, com dificuldade para me lembrar de coisas simples, como onde havia deixado meus óculos ou o molho de chaves.
A memória me armou uma falseta e só havia uma saída: ir ao meu encalço palmilhar cada rastro num resgate salva-vidas. Assim nasceram esses contos e crônicas, como o restaurar de uma pintura.

(Extraído do livro "O Adestrador de Sentimentos" de Stella Tavares publicado em 2007)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A Camisa Marron

Arlete sempre fez o gênero do “se não entendo, logo, não existe”. Afirmava que vivia feliz assim. Segundo a própria, “para que ficar buscando explicações para o inexplicável?”, até o dia em que o inexplicável desafiou-lhe os sentidos.
Estava ela trocando os lençóis da cama, quando o marido parou no corredor e olhou-a de uma forma desconhecida. Estranhou aquele segundo de silêncio, onde tanto se disse e a camisa marrom, tão bem passada, parecia ter saído de uma tinturaria.
Definitivamente, não foi ela que a tinha passado. Jamais. Para passar assim, precisaria de anos de treino, o que fugia de seus objetivos. Diante daquele olhar, quem se importava em saber quem passara a tal camisa?
Lembrou-se de que a camisa estivera no cesto de roupas sujas. Mas, como pensar nisso agora, diante de um olhar tão convidativo? Queria se fartar, jogar para o alto a mãe que era, a dona-de-casa, abrir, enfim, a jaula dos sentidos. E assim fez. Sentia-se bêbada e todos os outros sonoros e sugestivos proparoxítonos.
Do fim do corredor, ouviu um barulho de água caindo e o som do chuveiro ligado na voltagem mais forte. Tentou lembrar de quem poderia estar tomando banho, já que as crianças não estavam em casa.
Num ato heróico, desprendeu-se dos braços do marido, atravessou o corredor e abriu a porta do banheiro, sem pensar muito no que fazia. Lá estava ele, seu marido, debaixo do chuveiro. Todas as gotas do mundo pareciam escorrer pelo seu dorso. Olhou o cesto de roupas e a camisa marrom lá estava. Voltou ao quarto e o dono da camisa impecável havia desaparecido.
Arlete não conseguiu entender o que vivera. Nunca contou a mais ninguém, senão para mim, já que somos comadres.
Stella Tavares

Extraído do livro: O Adestrador de Sentimentos de STella Tavares

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Reconstrução

Jamais seria capaz de imaginar-me em um lugar como àquele, justo eu, avessa ao uso de qualquer palavrão. Não dizia bunda e nem sovaco, que nem é palavrão, mas sempre achei uma palavra feia.
Aqui estou a fazer uma coisa que julgava que só as mulheres excessivamente maquiadas, com os seios saltando do decote seriam capazes de fazer. Estou novamente fugindo das palavras, achava que só as prostitutas seriam capazes de fazer. Será que me transformei em uma a minha própria revelia? Não! Afora as grandes catástrofes nada acontece de um segundo para o outro. É tudo uma questão de construção.
Como aquela sala que nem minha era, mas como um espelho cristalino ora me cegava, ora despia-me a alma. Às vezes penso que a alma da gente é como um pulmão. Vai mudando de cor dependendo dos nossos abusos. Cor de grafite, sinto a cor de minha alma frente àquela sala que denunciava uma rotina, um construir de tijolinhos.
A poltrona de frente para o sol da manhã, quase posso vê-lo sentado em manhã fria, com uma xícara de chá fumegante e um pratinho de torradas que jamais passariam pelo meu controle de qualidade: Quase saídas de um incêndio! Era como ele gostava.
Um pouco de poeira na sala que ainda não fora arrumada. São oito horas da manhã e sinto-me estupidamente intrusa.
O cheiro do café fresco espalha-se pela sala e corredor.
_Você nem tocou no pão de queijo. Coma enquanto está quentinho. É assim que o Alberto gosta. Acho que todo mundo...não é? Riu meio sem graça.
_Volto outra hora com mais tempo. Pego no trabalho daqui a pouco.
_Não sei por que ele demora tanto. Saiu para comprar pão, jornal e até agora... Deve estar de papo com o dono da banca.
Senti vontade de atravessar feito alfinete, ir para casa, tomar um longo banho de água benta, esbofetear-me frente ao espelho até que o meu rosto fique da cor da minha alma naquele momento: rubra, consumindo-se em chamas ou então tirar-lhe aquele avental maldito, que tanta pureza lhe trazia. Ordenar-lhe que se enfeite, que use água de cheiro, levante os cabelos e coloque uma presilha.
Descobri naquele momento que o casamento, muitas vezes, abençoa as mulheres, mas aquele homem nada, nem o renascimento o salvaria.
Stella Tavares

(Extraído do livro "O Adestrador de Sentimentos" de Stella Tavares - publicado em 2007)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Convite www.curabulalivroclube.blogspot.com

Estou publicando também no curabula livroclube. Sentirei muito feliz em poder contar com sua visita. Uma linda semana para todos.
Bjs.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Quarto de solteira

O quarto e ela eram sempre os mesmos. Desde a mais tenra infância, até os dias de hoje. Luzia sempre dormiu no mesmo quarto. Filha única, nunca precisou dividi-lo com ninguém. Mantinha impecável aquele pequeno e perfumado ambiente. Em todas as gavetas, sachês aromáticos e biscuis. Também seu corpo recebia caprichos extremos: sua pele clara, cheirando à lavanda, parecia estar sempre saindo de um longo banho.
Suas amigas foram-se casando e era sempre convidada para madrinha. Comedida, recatada, não pensava mais em casamento. Como as moças de sua época, tinha um enxoval pronto, bordado por ela, com a ajuda da mãe que era exímia bordadeira.
De quando em quando, retirava o enxoval do armário e o colocava ao sol para aliviar o cheiro forte de roupa guardada. Por ela, já teria presenteado uma noiva sem recursos, mas foi pela mãe impedida, pois acreditava que a filha conseguiria um pretendente viúvo ou desquitado, que a quisesse desposar e, um enxoval como aquele era raro nos dias atuais.
Aquele pequeno quarto parecia represar o tempo, naquela casa sem urgências, onde tudo era artesanal, sem conservantes e arroubos. Ali não havia choro, mas, também pouco se ria. As vozes não se elevavam, não existiam sobressaltos, contratempos ou agonias e nem comemorações. Uma vida morna que repelia as mudanças.
Se o tão esperado viúvo aparecesse, Luzia nem saberia o que fazer com ele e talvez nem mesmo ele se sentisse à vontade, diante daquele imaculado corpo e sem expectativas, em meio a lençóis de linho bordado em richelieu e ponto de cruz.

CONTRAPONTO:
Do outro lado da cidade, vivia Jandira, uma mulher que sorvia a vida em largos goles.
Recato não havia e o seu quarto de moça, se é que foi um dia, não deixou vestígios. Jandira parecia já ter nascido mulher feita.
Solidária sempre foi, já que atravessava a cidade, equilibrando um colchão na cabeça para doá-lo a desabrigados da sorte.
Os homens por ela suspiravam. Seu corpo ardente exalava exóticos odores.
Viúvos, solteiros, separados sentiam-se à vontade e seus corpos jamais reclamaram por lençóis bordados em cambraias de linho...

Stella Tavares

(Extraído do Livro "O Adestrador de Sentimentos" de Stella Tavares, publicado em 2007)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O Adestrador de Sentimentos

ADESTRADOR DE SENTIMENTOS é um dos livros mais estimulantes e inquietantes que tenho lido ultimamente. Tenho lido pencas de livros expositivos e de teses e relido os de ficção e poesia (prosa e verso) – e sinto-me dentro das folhas de seu livro, sinto que ele é um pouco de tudo e, portanto, é muito, muito em si mesmo. Como se estivesse lendo parábolas e teses, poemas e crônicas, diários e romances, reportagens e artigos de fundo de uma vida ao mesmo tempo sedentária e viajante.
Não sei como você se acomoda e leva uma vida normal nas três atitudes humanas fundamentais (pessoal, familiar e social): como pode uma moça razoável, uma esposa e dona de casa, ter e conservar dentro de si fogueiras de sol e fúlgidos espasmos de luas entre nuvens? Como pode assim amansar a genialidade introspectiva sem desafinar, sem exasperar? Ah, deve ser assim mesmo. É assimilando a própria sabedoria genealógica - que lhe veio de graça, sem ser chamada e que por isso jamais pode ser expulsa, que já se inoculou no cerne e na carne de seu espírito – e é assim que você vai revelando a significação dos matizes e dos arroubos das retrospectivas e perspectivas existenciais de sua floricultura, de sua lavoura poética. E a primeira colheita encanta e alimenta tantas almas e corações sequiosos, atribulados e cooptados pelos divulgados folhetins da banalização midiática, que pretende transformar o que vê e toca numa espécie de feira de vaidades, numa espécie de “sol nulo dos dias vãos”, como diria o poeta Fernando Pessoa.
É uma bênção a florescência e a frutificação do “manso pulsar” da obra da ao mesmo tempo retraída e fulgurante Stella Tavares. Bem haja, pois. Parabéns e abraços.
Lázaro Barreto

..."Senti a escritora autêntica que sabe lidar com as palavras
de maneira intuitiva e surpreendente. Alma e poesia se fundem
em um verbo criativo. Que faça uma bela carreira".
Affonso Romano de Sant'Anna

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sã Consciência

Sou uma mulher de meia idade

muito embora ninguém nunca tenha dito

de quantos anos é feita uma idade inteira

Uma mulher que deflora o tempo,

o divide ao meio, transita por suas infinitas passagens

e que aprendeu a extrair o seu poder anestésico e cicatrizante

Manuseio o tempo, mantenho-o em lugar seco, arejado

E o sorvo em forma de Alquimia.


Stella Tavares

selo/premio




Agradeço a Ângela do blog entremeios http://entremeios-angela.blogspot.com/o selo/premio Blog de Ouro. Agradeço pelo carinho e parceria. Tenho conhecido mais profundamente vários blogs, vou indicar 10 de tantos outros blogs encantadores que tenho o enorme prazer de conhecer e acompanhar. Obrigada mesmo!

1-Faces de Mulher
2-O livro dos dias dois
3- Sempre Poesia
4-Campos e Lima
5- tertúlias
6-Multiolhares
7-Intimo e Pessoal
8-Carlos Soares
9- Essencial
10- Rosemildo Sales Furtado

Regras:
1-Exibir a imagem do selo; 2-Postar o link de quem indicou; 3-Indicar alguns blogs de s/preferência; 4-Publicar as regras.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Era uma vez...

Logo após o Era uma vez... poderá vir qualquer narrativa, mas presumimos que a partir daí virá sempre uma linda história. Se formos escrever uma história sobre nossas vidas e começarmos pelo era uma vez, com certeza selecionaremos nossas melhores lembranças e os mais nobres traços de nossa personalidade serão ressaltados.Se fosse me descrever a partir de Era uma vez diria: Era uma vez uma menina que se encantou pelas palavras. Tanto as amou que elas a acompanharam vida afora borboleteando em sua mente. Experimente a se descrever começando pelo era uma vez e terá uma lúdica e ao mesmo tempo precisa forma de autoconhecimento. Você poderá se surpreender o que virá depois, mas, com certeza o que existir de mais verdadeiro aflorará em sua mente.

Stella Tavares

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Bendita Catarse!

Enxergar-se a si mesmo, parece tão simples, tão fácil, mas não é. Sempre tive muito receio. Quando alguém enxergava em mim um defeito, algum ponto de minha personalidade que precisava ser melhor trabalhado, sentia-me ofendida, entristecida e, não raras vezes humilhada, diminuída, desconfortável. Vivi durante anos a fio sem conhecer a minha essência. Pior que isso, enxergava-me através dos olhos do outro, alimentava-me e guiava-me do que o outro pensava a meu respeito. O que me tornava cada vez mais vulnerável. Enxergava em mim a mais humilde das criaturas e acreditava que era exatamente aí que residia o meu calcanhar de Aquiles.. Até o dia em que comecei a dissecar o que sentia, tudo que me causava tamanho desgosto e sensação de impotência. Até conseguir entender que eu era uma pessoa insegura e que tudo que eu sentia era resultado disso. Foi então que, para meu espanto, descobri que não era uma pessoa humilde. O que eu enxergava como humildade nada mais era que um tremendo Orgulho travestido de humildade.
Achava que não gostava de falar em público, preferia ser uma eminência parda por humildade quando na verdade não dava a cara pra bater porque era um poço de orgulho. Foi então que comecei a rir de mim mesma, a desarmar a cilada emocional em que vivia. Comecei transformando minhas experiências em uma peça teatral a qual dei o nome de Manual do inseguro. Passei a fazer entrevistas e aos poucos fui percebendo que não era nenhum E.T que tantas e tantas pessoas navegam ou já navegaram por essas águas.
Algum tempo depois escrevi um livro sobre o mesmo tema e este blog. Resultado abri todas as comportas, minei todo o campo, dei linha à pipa, enfim esgotei, mapeei, transmutei sentimentos, levei-os para o papel, para o computador, como tema de conversa, despi-me de todo orgulho... Ah, bendita Catarse! Foi o que houve. Hoje me sinto uma pessoa mais forte, mais convicta. O outro e a opinião alheia têm o valor que lhe damos. Hoje me conheço e esta é a poderosa arma que descobri. Sei o que me satisfaz e o que me agride. Consigo conduzir melhor os meus sentimentos e isso não é fruto exclusivo do passar dos anos. É a lei da observação, dos ensaios e erros, do baixar a bola e me enxergar exatamente como sou. Reconheço o que faço com mais facilidade, o que preciso de ajuda para realizar, o que não consigo realizar, sem me sentir diminuída por isso. Como é confortável ser o que somos, sem máscaras, sem pretensões. Bato muito nessa tecla, mas a base de tudo é nos libertarmos do orgulho. Esse grande ditador e suas descabidas exigências.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Leite de Pedra

Aprendi a tirar leite de pedra com toda habilidade e paciência. Aprendi com a própria vida, professora por excelência em todos os assuntos.
Não preciso de balde, nem banquinho. O leite extraído de pedras não goteja de tetas e sim dos obstáculos que aprendemos a alquimia de transformá-los em
Leite de mãe que nos reforça, de via láctea que escorre. Leite de pedra alimenta nossas almas, faz amadurecer sentimentos e tem o sabor que quem experimentou nunca esquece.

Stella Tavares

sábado, 8 de agosto de 2009

PROXIMIDADE

Desde ontem sinto que as palavras me sondam, se aproximam, testam os meus sentidos, borboleteiam em minha mente como se brincassem a minha volta e se riem de minha displicência involuntária. Ainda assim incandescem, fluorescem explicitas como o neon bem de frente à janela do meu quarto.. Quanto a mim, sinto que falta-me uma teia, um filtro, uma rede.

E eu tento respirar mais, mergulhar mais, reavivar os meus desgastados sentidos, todos os sete. Engana-se quem os resume a cinco. Os outros dois recebemos vida afora e eles nos revestem e aderem com a cumplicidade de uma luva.

São imprescindíveis, intransferíveis, inconfundíveis como os traçados de nossas mãos

Algumas pessoas demoram um pouco mais para descobri-los, outras, toda uma existência.


Stella Tavares

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O Barro de que somos feitos

Eu, Stella Maris

Nunca entendi de estrelas e mares

Mas vivi grande espaço de tempo viajando

E decifrando o que me vai no íntimo

Acho que sempre gostei do avesso,

Tendência natural que me levou por caminhos

Insólitos, pouco visitados, navegados, torrentes de mim

Por um longo tempo desejei ser outra pessoa, outro tema,

Conhecer outras paisagens, possuir outro ofício,

Ter uma capa de invisibilidade ou ser igual todos os dias

Só após quatro décadas aprendi a conhecer e respeitar o barro de que sou feita,

Aliado a veias e digitais que são tão minhas

Aprendi a entender os labirintos dos meus dedos,

A extensa linha da vida e outros pequeninos sinais

que também os conheço e sei de onde vieram.



Comecei a fazer um auto-retrato como um exercício de autoconhecimento. Sempre parto do princípio de que quanto mais me conheço, me respeito, mais chance tenho de viver da maneira mais prazerosa e confortável. Conviver com um estranho sempre foi mais difícil que conviver com o melhor amigo. Ser parceiro de si mesmo, conhecer o barro do qual fomos feitos é um grande passo. Agindo assim, nunca subiremos no salto acreditando que somos a última bolachinha do pacote e estaremos conscientes que somos todos feitos do mesmo barro, mas também teremos sempre em mente que somos IMPORTANTES afinal, somos filhos de Deus!

Stella Maris Tavares Macedo (Stella Tavares)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sem olhar para trás Quando a depressão pós-parto se instala:

Nunca fui uma pessoa insegura, mas lembro-me como se fosse hoje o nascimento de minha primeira filha. Tanto aguardei por aquele momento, com tanto entusiasmo e, quando esse momento chegou, não conseguia me sentir feliz. Culpava-me por isso. Sentia-me insegura, incapaz, a pior pessoa desse mundo. Se leoas, girafas amam e sabem cuidar de suas crias...Se até as tartarugas que põem os seus ovos na areia e vão embora, o fazem por amor e como forma de proteção, então por que justo eu uma mulher esclarecida, normal, não conseguia externar o meu amor? Sentia-me despreparada, incomodada, sem identidade e extremamente insegura. Toda vez que minha filha chorava eu chorava junto. Julgava-me uma péssima mãe e sentia um medo fóbico de perdê-la por culpa da minha inexperiência e até incapacidade. Aconselhada por uma amiga, procurei um médico que, imediatamente diagnosticou minhas culpas e desabamentos: depressão pós-parto. Voltei para casa com algumas caixas de remédio na bolsa e o coração mais feliz e aliviado. Não era uma fêmea sem sentimentos, era simplesmente uma pessoa fragilizada e que carecia de tratamento.
Algum tempo depois estava recuperada e pronta para ser a mãe que sempre imaginei que seria. A partir daí tive forças para seguir e procurei não olhar para trás. Tive mais duas filhas, mas esse quadro nunca mais se repetiu. Achei importante dar esse tipo de depoimento. Não quis me identificar pelo simples fato de que não quero que minha primogênita saiba que, mesmo involuntariamente, a rejeitei, ainda que fosse por um segundo.

Uma leitora do blog
Depoimento enviado através do manualdoinseguro@hotmail.com

domingo, 26 de julho de 2009

Sem Nostalgia

Escrita feliz é a que faço agora. Totalmenete desprovida de lembranças
Como uma peça de teatro que se improvisa no palco a cada dia. Um porta retrato que aguarda pela foto que ainda será escolhida. O dia ainda se espreguiça como uma criança sem horários. Minha alma livre se agrada e se farta da total ausência de nostalgia. Como se tivesse peneirado todos os sentimentos e decidido viver apenas com o que permaneceu em cima da peneira.
Só se peneira, garimpa, refina, o que realmente tem valor.

Stella Tavares