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Romance escrito em tempo real

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Nossa bagagem emocional

Se a nossa bagagem emocional fosse trocada, quem a levasse por engano não conseguiria usufruir dos seus benefícios. Ela é intransferível e os seus benefícios também. Cada um colhe os frutos das suas alegrias, desapontamentos e até das tristezas. Agradeço e bendigo todas as experiências, inclusive as que não foram fáceis. Tiro-as da coluna do dissabor quando entendo que também é opcional o martírio com indagações como “Por que não agi assim ou por que não respondi de outra forma?” A gente faz o que dá conta, de acordo com a bagagem que tínhamos naquele momento. Quando nos desobrigamos do acerto a vida fica mais leve. Tão mais importante sempre foi a nossa bagagem emocional. Esta sim! Precioso passaporte que vamos carimbando com experiências, reforçando assim a nossa alvenaria.


Bjs a todos.
Stella Tavares

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O peso da bagagem é opcional

Levei anos a aprender a fazer uma mala corretamente. Sempre levava na bagagem três vezes a quantidade de roupa necessária. Desde menina, desde sempre. Lembro-me de uma viagem que fiz acompanhando meu pai a Belo Horizonte. Devia ter no máximo seis anos quando, decidida, comecei a escolher as roupas para a viagem. Lembro-me que ignorei completamente os conselhos de minha mãe quando disse que não teria tempo e nem local apropriado para usar toda aquela roupa.De todas as peças escolhidas, permanece na memória um conjunto de brim vermelho e que trazia a miniatura de um calhambeque preso um pouco abaixo do ombro esquerdo. Chegando ao destino, constatei o que saltava aos olhos: Não teria mesmo tempo para usar tantas roupas e suas possíveis combinações. Meu pai conversava animadamente com parentes e amigos quando tive a brilhante idéia de desfilar todos os modelitos para a pequena, mas seleta plateia. Vesti o meu imbatível conjunto de brim vermelho e desfielei com decisão perante os olhares supresos. Percebendo a intenção, os adultos paravam a conversa e assistiam atentamente ao desfile. Ao final da apresentação de todo o contingente da mala, aplaudiram entusiasticamente. Este fato tornou-se folclórico e até hoje é lembrado pelos membros da família. Foram-se os anos, mas o exagero da bagagem acompanhou-me fielmente. Há uns três anos aproximadamente aprendi a fazer uma mala compácta, mas capaz de enfrentar as mudanças de temperatura. Não faço mais a mala de Sarah Kubtscheck como dizia o meu pai e nunca mais carreguei peso desnecessário. Descobri que a bagagem mais importante levamos dentro de nós.
Stella Tavares