Levei anos a aprender a fazer uma mala corretamente. Sempre levava na bagagem três vezes a quantidade de roupa necessária. Desde menina, desde sempre. Lembro-me de uma viagem que fiz acompanhando meu pai a Belo Horizonte. Devia ter no máximo seis anos quando, decidida, comecei a escolher as roupas para a viagem. Lembro-me que ignorei completamente os conselhos de minha mãe quando disse que não teria tempo e nem local apropriado para usar toda aquela roupa.De todas as peças escolhidas, permanece na memória um conjunto de brim vermelho e que trazia a miniatura de um calhambeque preso um pouco abaixo do ombro esquerdo. Chegando ao destino, constatei o que saltava aos olhos: Não teria mesmo tempo para usar tantas roupas e suas possíveis combinações. Meu pai conversava animadamente com parentes e amigos quando tive a brilhante idéia de desfilar todos os modelitos para a pequena, mas seleta plateia. Vesti o meu imbatível conjunto de brim vermelho e desfielei com decisão perante os olhares supresos. Percebendo a intenção, os adultos paravam a conversa e assistiam atentamente ao desfile. Ao final da apresentação de todo o contingente da mala, aplaudiram entusiasticamente. Este fato tornou-se folclórico e até hoje é lembrado pelos membros da família. Foram-se os anos, mas o exagero da bagagem acompanhou-me fielmente. Há uns três anos aproximadamente aprendi a fazer uma mala compácta, mas capaz de enfrentar as mudanças de temperatura. Não faço mais a mala de Sarah Kubtscheck como dizia o meu pai e nunca mais carreguei peso desnecessário. Descobri que a bagagem mais importante levamos dentro de nós.
Stella Tavares
27 comentários:
É com o que levamos dentro de nós - a nossa essência - que podemos suprir qualquer carência em nossa bagagem.
Amiga, fiquei sabendo que esteve doente. Na época, e agora ainda, também estou.
Espero que já se tenha curado ou esteja bem melhor.
Um beijinho enorme!
"Quanto mais envelhecia quanto mais insípidas me pareciam as pequenas satisfações que a vida me dava quanto mais claramente compreendia aonde deveria procurar a fonte das alegrias da vida aprendi que ser amado não é nada e amar é tudo
O dinheiro não era nada, o poder não era nada. Vi tanta gente que tinha dinheiro e poder e mesmo assim infeliz
A beleza não era nada. Vi homens e mulheres belos infelizes apesar da sua beleza
Tampouco a saúde contava tanto assim. Cada qual tem a saúde que sente
Havia doentes repletos de vontade de viver e havia sadios que definhavam angustiados pelo medo de sofrer
A felicidade é amor só isso
Feliz é quem sabe amar
Feliz é quem pode amar muito
Mas amar e desejar não é a mesma coisa
O amor é o desejo que atingiu a sabedoria
O amor não quer possuir
O amor quer somente amar
Hermann Hesse"
Tudo de bom!
Renata
Oi querida, ótimo assunto.
Até hoje não aprendi a fazer as malas.
Fico em crise uma semana antes...
Sempre levo coisas desnecessárias e esqueço as importantes. Acho que faço isso na vida também...
Muito que aprender...rss
bjcas
Rossana
TEmos que carregar dentro de nós a nossa essencia e nosso amor,,,não precisamos carregar bagagens pesadas pelos caminhos da vida, sendo que o amor, o mais importante nos deixa leves...beijos de bom final de semana pra ti querida.
Eis uma descoberta preciosa, útil para todos os percursos da vida...
(O seu desfile, aos seis anos, deve ter sido show) :)
Beijo :)
olá, stella,
em boa hora atracaste lá no posto das luzes e sombras. assim permitiste-me descobrir esta ilha de (en)cantos verbais. o essencial da bagagem deixo-o aqui.
um beijinho!
Oi, Amada... Bem-vinda ao meu blog! Estou feliz em te-lá comigo :)
Estou te seguindo, gostei muito daqui...Irei vir com mais calma para ler suas postagem, ando meio sem tempo...rsrs.
Beijos com carinho, e bom fim de semana!!
Também acho que a principal bagagem é a que carregamos dentro de nós, mas aquela, que serve para fora de nós, também é necessária para que a de dentro de nós fique mais feliz!
Adorei a leveza do teu texto.
Bjs e obrigada pela visita.
Volte sempre, será um prazer.
Primeiramente agradeço por estar me seguindo no meu blog e agora te seguindo também.
Lendo esse texto, enquanto você comentava sobre o excesso de roupas, eu exatamente pensava nos excessos de preocupaçoes e ansiedade que sempre levei comigo. Não bastava somente meus pesos não, ainda tinha que carregar da família, parentes, amigos e até conhecidos...rsrsrs
Hoje já consigo deixar minha MALA mais levinha. Isso quase completando 42 anos, mas antes tarde que nunca né?? kkk
Enfim, adorei seu blog e daqui pra frente sempre estarei por aqui.
Bjkassss
Eu ainda não aprendi vc acredita?
Toda vez que vou viajar, o que me tira o sono é a tal da bagagem, o que levar? E sempre acabo levando excesso e acabo não usando quase nada, um dia eu aprendo...
Fim de semana ilumando Stella.
Obrigada pela sua companhia.
beijooo.
Olá!
Realmente o nosso coração e a nossa alma e que devem estar cheios de amor, sabedoria e outros nobres sentimentos.
Aliás também sou insegura, e exagero um pouco na mala...(rs).
Bjos e boa noite
Oi Stella,
fiquei feliz com sua visita. Desculpe-me pela demora em passar por aqui... Continue escrevendo com a alma como vc faz... Bj e grata pelo carinho.
Passei um ano viajando como instrutor de uma empresa, e toda semana estava num aeroporto diferente. Aí então, aprendi que bagagem, só o estritamente necessário.
Beijos e ótimo final de semana pra ti e para os teus.
Furtado.
Não resta duvida que o melhor está dentro de nós. Não só a criatividade para misturar as peças que levamos, mas o que temos de sabedoria de amor e simpatia pelo próximo é o que realmente nos enfeita.
Seu desfile deve ter sido encantador...rs Crianças sempre o são.
Fico contente quando aparece por aqui.
beijos
bravo, bravo, lindo texto!
Um belissimo sabado pra ti querida,,,muito carinho e paz...beijos.
Eu sou prático. Consigo enfiar tudo dentro de uma mochila: minhas roupas e meus aparelhos eletrônicos que sempre levo nas viagens. Quem deveria ler o texto é minha mãe que é quem faz minha mala sempre. Ela coloca roupas pra eu viajar pelo Brasil todo durante um ano. #tenso. Penso que a maior bagagem é aquela que trazemos pra casa, quando voltamos da viagem, principalmente quando encaramos realidades que não são a nossa.
Ótimo texto! Parabéns!
Adorei o texto !!!
Bjo.
Acabei de fazer uma mala para viagem e estou começando a ficar feliz com isso. Já não é nem mala que faço, é mochila mesmo. Estou aprendendo a ser compacto. Meu objetivo é obter uma bagagem com 49% de roupas e demais utilidades e 51% de livros. Aí, então, atingirei a perfeição.
Ótima crônica.
Bjo
Oi,Stela!Passando para conhecer seu blog,obrigada por me seguir, adorei o nome do seu blog todo mundo é um pouco inseguro, outros mais outros menos, eu sou muito,kkk.
Um ótimo feriadão e parabéns pelo seu trabalho.
Beijos
Linda mala feita, essa dos teus versos.
Mala que sempre haveremos de levar, feita a céu aberto.
Feliz fds pra ti Stella
Bjs
Livinha
Além de tudo, aprendemos a escolher e depois contar. Contar é mais do que relatar é também a maneira como contamos. E gostei da sua. Bastante. Beijos e muito sucesso sempre.
eu TIVE que aprender.
meu marido é musico, viajamos sempre, temos que levar pouca bagagem.
só fica dificil na hora dos cosmeticos e sapatos...rs
beijo!
Como dizia Tanya Blixen? A traveller of mind carries no luggage... Beijo
Ricardo
Descobri que a bagagem mais importante levamos dentro de nós.
Stella Tavares
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Muitooooooooooooooo
Bommmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm!!!
desde os 8 anos escrevendo??
BUENACHO no más!!!
bjsssssssssssssss
LINDA
Stella...
Gostei muito daqui...
vou voltar.
Grande Abraço.
Minha Querida
A mim acontecia-me o mesmo! Montes de roupa... e se estiver frio? Lá iam as camisolas ,casacos, calças quentes...E se estiver calor? Apareciam as T-shirts, vestidos decotados para de dia e noite e...a lista não acabava... Pagava sempre excesso de peso.
O mês passado fui a Inglaterra. Levei o minímo dos minímos e foi um sucesso para além de ter espaço para trazer as compras!!!
Beijo
Graça
As páginas da semana já estão arquivadas no caderno do passado. Agora há um breve intervalo, pequena pausa. E logo depois um novo tempo que se juntará à história de nossas vidas.
A construção do futuro não permite desperdícios, não perdoa quem deixa escapar oportunidades ou as joga no lixo como se fossem folhas de papel amassadas. É preciso amor, fé e determinação para alargar nossas fronteiras pessoais.
A arte do bem fazer proporciona alegria e recompensas em forma de realizações. Um breve olhar de ternura para coisas simples, e aí estão o vôo de uma borboleta o esplendor de uma flor, o mar e o céu, pode despertar para as belezas do amanhã.
Aproveite o final de semana para celebrar a vida e não se esqueça. Hoje, 19 de novembro é o Dia da Bandeira, vamos homenageá-la.
Bjs
Edward de Souza
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