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Romance escrito em tempo real

terça-feira, 27 de abril de 2010

Mapeando sentimentos

Sempre tento mapear os meus sentimentos.
Raríssimas vezes não soube como traduzi-los, ainda que através de olhos,
de lábios, silêncio, águas...
Isso sem falar nesses meus olhos que nunca mentem. Se estou feliz, brilham, caso contrário
mergulham numa total opacidade.
Sem falar também nas palavras que escorrem de minhas mãos e denunciam os sentimentos mais recônditos. Transparência - armadilha desta menina que os anos insistem em não levar de mim. E ela fica e se perpetua, tatuada em minha essência.

Stella Tavares

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Osvaldo França Jr- Uma doce lembrança



Foi na década de 80 que comecei a freqüentar as rodas literárias de Belo Horizonte levada por minha irmã, Dora Tavares. A mesma irmã que me apresentou aos livros também se encarregou de apresentar-me a grandes autores. Foi na época em que ela lançou o seu primeiro livro de poesia “O Resgate da Palavra.” Morávamos juntas e enquanto ela gestava idéias e poemas para o seu segundo livro, “Pássaro em Diagonal”, freqüentávamos lançamentos de outros autores, debates, palestras. Assim, tive o doce e inesquecível prazer de conhecer Osvaldo França Jr. Lembro-me da grande emoção que senti ao ver aquele gentil homem que tinha o dom de encantar. Dono uma simplicidade comovente. Figura fácil em todos os lançamentos de livros. Não importava se o convite houvera partido de um autor renomado ou estreante. O passaporte para sua presença sempre foi um simples convite. O seu largo sorriso espargia simpatia por onde passava. Por ocasião de sua morte foi uma comoção geral, uma dor intensa que não vinha exclusivamente pela perda do grande autor A dor maior era pensar que, a partir daquela data, não mais poderíamos contar o sorriso que iluminava e preenchia qualquer ambiente. Pessoas assim deixam um tipo de saudade que nem o tempo com o seu poder anestésico consegue amenizar. Dura constatação de sua ausência e a certeza de que, pelo resto de nossos dias, todas as vezes que nos lembrarmos do “França”, como era carinhosamente chamado, a primeira imagem que nos virá à mente será a do seu sorriso de abre alas, de dia de sol, de noite fresca iluminada por uma lua gigantesca. Vai-se o autor e ficam as obras. Graças a Deus que ficam! Grandes obras desse espetacular escritor mineiro. .
Stella Tavares

Sua obra:
O Viúvo (1965)
Jorge, um brasileiro (1967)
Um Dia no Rio (1969)
O Homem de Macacão (1972)
A Volta para Marilda (1974)
Os Dois Irmãos (1976)
Aqui e em outros Lugares (1980)
À Procura dos Motivos (1982)
O Passo-Bandeira (1984)
Recordações de Amar em Cuba (1986)
No Fundo das Águas (1988)
De Ouro e Amazônia (1989)

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sem toque de Midas

Jamais seria feliz sendo Midas. O brilho do ouro nunca me encheu os olhos.
Convivo pacificamente com a sua falta e quando toco em uma maçã quero sentir
o seu gosto.
Jamais salivaria por uma maçã de ouro.

Stella Tavares

Ps: o toque de Midas não está necessariamente no que escrevemos, mas, com certeza,
está nos olhos de quem lê. Haveria no mundo algo mais sem valia que escritos sem leitores, ainda que profundos? É do olhar atento dos leitores que advém o toque que transforma. Eis aí o verdadeiro toque de Midas!
Uma Feliz Páscoa a todos os leitores e seguidores do manual.