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Romance escrito em tempo real

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sem olhar para trás Quando a depressão pós-parto se instala:

Nunca fui uma pessoa insegura, mas lembro-me como se fosse hoje o nascimento de minha primeira filha. Tanto aguardei por aquele momento, com tanto entusiasmo e, quando esse momento chegou, não conseguia me sentir feliz. Culpava-me por isso. Sentia-me insegura, incapaz, a pior pessoa desse mundo. Se leoas, girafas amam e sabem cuidar de suas crias...Se até as tartarugas que põem os seus ovos na areia e vão embora, o fazem por amor e como forma de proteção, então por que justo eu uma mulher esclarecida, normal, não conseguia externar o meu amor? Sentia-me despreparada, incomodada, sem identidade e extremamente insegura. Toda vez que minha filha chorava eu chorava junto. Julgava-me uma péssima mãe e sentia um medo fóbico de perdê-la por culpa da minha inexperiência e até incapacidade. Aconselhada por uma amiga, procurei um médico que, imediatamente diagnosticou minhas culpas e desabamentos: depressão pós-parto. Voltei para casa com algumas caixas de remédio na bolsa e o coração mais feliz e aliviado. Não era uma fêmea sem sentimentos, era simplesmente uma pessoa fragilizada e que carecia de tratamento.
Algum tempo depois estava recuperada e pronta para ser a mãe que sempre imaginei que seria. A partir daí tive forças para seguir e procurei não olhar para trás. Tive mais duas filhas, mas esse quadro nunca mais se repetiu. Achei importante dar esse tipo de depoimento. Não quis me identificar pelo simples fato de que não quero que minha primogênita saiba que, mesmo involuntariamente, a rejeitei, ainda que fosse por um segundo.

Uma leitora do blog
Depoimento enviado através do manualdoinseguro@hotmail.com

domingo, 26 de julho de 2009

Sem Nostalgia

Escrita feliz é a que faço agora. Totalmenete desprovida de lembranças
Como uma peça de teatro que se improvisa no palco a cada dia. Um porta retrato que aguarda pela foto que ainda será escolhida. O dia ainda se espreguiça como uma criança sem horários. Minha alma livre se agrada e se farta da total ausência de nostalgia. Como se tivesse peneirado todos os sentimentos e decidido viver apenas com o que permaneceu em cima da peneira.
Só se peneira, garimpa, refina, o que realmente tem valor.

Stella Tavares

domingo, 19 de julho de 2009

A ARTE DA RESTAURAÇÃO:

Abandonar o que precisa ser restaurado, derrubar, erguer um novo, sempre foi tão mais fácil e rápido. Tantas vezes vi irem abaixo igrejas e casarões centenários ou, em nome da “modernidade”, a total descaracterização. Pinturas e afrescos sendo cobertos por várias demãos de tinta. Criando-se assim elipses históricas e culturais. Perdas inestimáveis. Restaurar é um ato de delicadeza e paciência. No dia-a-dia, quantas vezes também nos descaracterizamos, abandonamos, abolimos traços importantes de nossa personalidade. Vamos passando por cima do que acreditamos, sendo moldados de acordo com a situação e o momento, acrescentando e agregando valores que nos foram impostos. Quando se percebe, o que existia de mais genuíno e importante vai ficando em segundo plano. O mais importante é lembrar que o essencial não cai de moda, não se degrada e nem existe peça de substituição. O que existe é a restauração, mais que isso: O “Advento da Restauração” É preciso trazer de volta tudo que vale a pena, mas que foi se perdendo com o passar do tempo. Merecemos restaurar a paciência, a alegria genuína. Aquela alegria de nossa infância que nos fazia dobrar de rir, gargalhadas que preenchiam, com certeza, a casa em que vivemos nossa infância.

Stella Tavares
Publiquei novamente esta postagem por senti-la de acordo com o que sinto nesse momento. Sinto que estou disposta a restaurar tudo o que realmente vale a pena e isso me enche de vida. Somos uma obra em construção. Nunca estaremos prontos e isso é mais uma dádiva que recebemos de Deus. Até o último instante estaremos com nossa alma de aprendiz a observar, aprender, aprimorar. Nossa alma, o cinzel que usamos para esculpir, aperfeiçoar o nosso ser em eterna construção e movimento.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vivendo e aprendendo:

Ah, a vida! Uma forte aliada na construção de nossa força interior! Afinal a nossa vida interior é o que mais pesa e reflete. Se estivermos em paz, conscientes do que queremos, com resistência para enfrentar o porvir, a vida segue nos trilhos independente se estamos ou não enfrentando problemas. O x da questão não é a ausência de problemas. Quem não os tem? Se nos mantivermos inteiros, parceiros de nós mesmos, enxergando-nos em nosso tamanho natural, nem maior e nem menor, enfrentaremos e, com certeza, venceremos. Se não vencermos, pelo menos não nos chicotearemos pelas nossas derrotas, não nos sentiremos inferiores por não havermos conseguido e mais próximos e preparados estaremos para a vida e as vitórias que certamente virão.

Stella Tavares

quinta-feira, 9 de julho de 2009

UM MERGULHO PROFUNDO

Sempre fui chegada a um mergulho profundo. Acredito que tenha nascido assim, mas não recomendo. Pelo menos por alguns dias adoraria viver na superfície, sem raízes profundas. Se o dia-a-dia me bastasse já me daria por satisfeita. Em minha infância, quase fiquei submersa, perdida em meio à tamanha profundidade, complexidade. Portadora de uma liberdade emocional e criativa intensa e não aproveitada. Era acometida por sentimentos que pulsavam, latejavam, tiravam-me do prumo em completo desnorteio. Não conseguia bom rendimento escolar, detestava números e via as paredes da sala de aula como intransponíveis barras de ferro que me continham a contra gosto. Debatia-me, implodia. Um vulcão em ordem inversa, como se voltasse o filme de uma erupção.
É escrevendo que me descubro, me encontro, me localizo, me situo. Em cena aberta. É escrevendo que me harmonizo, me organizo. Era isso que não sabia na minha infância. Ah, os benefícios que o tempo traz! Quando me desnudo sem pudor frente a uma folha em branco lapido os meus sentimentos, adestro-os, aprendo a conviver com eles, deixando que se manifestem livremente. Guiando-os e não mais sendo levada por eles. Voando com eles, permitindo suas formas, dando a eles liberdade ampla, irrestrita para que se manifestem. Canalizando-os, criando sulcos para que escorram e, somente assim conseguimos conviver em plena harmonia: As palavras, os sentimentos e eu.
Stella Tavares

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Despindo a alma

Quando dispo de tudo que me foi imposto, descubro-me mulher feita e reverencio minha alvenaria exposta. Só então me reconheço e respeito o barro de que sou feita adicionado a sangue, veias e digitais que são tão minhas. Inconfundíveis! Intransferíveis! E que me lembram a cada instante que sou única, criada por um Deus que sabe ser soberano sem impor sua vontade. Bendita sabedoria que deu a cada um o seu traçado, Não consigo existir pesada de influências, exigências que não são minhas.
Tão mais fácil é viver com o que se acredita, com o que se sabe, dentro de uma história escrita de próprio punho. O que se espera de nós normalmente fere a nossa essência, desvirtua e faz entristecer os nossos olhos. Ir em busca do que se acredita é a grande lição que vamos aprendendo pela vida.

Stella Tavares

Em tempo: Na próxima semana registraremos a entrega de prêmios do Concurso Prêmio Superação!!!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Parabéns aos Vencedores do Prêmio Superação!

1° Lugar: Gabriela Francelino Silva - 49 votos

2° Lugar: Luciana - 13 votos

3° Lugar: Sabrina Gomes - 9 votos


A todos os que participaram enviando os seus relatos que tanto enriqueceram e abrilhantaram, a todos os que participaram acompanhando, votando, comentando e aos patrocinadores os nossos sinceros agradecimentos!!!