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Romance escrito em tempo real

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O Adestrador de Sentimentos

ADESTRADOR DE SENTIMENTOS é um dos livros mais estimulantes e inquietantes que tenho lido ultimamente. Tenho lido pencas de livros expositivos e de teses e relido os de ficção e poesia (prosa e verso) – e sinto-me dentro das folhas de seu livro, sinto que ele é um pouco de tudo e, portanto, é muito, muito em si mesmo. Como se estivesse lendo parábolas e teses, poemas e crônicas, diários e romances, reportagens e artigos de fundo de uma vida ao mesmo tempo sedentária e viajante.
Não sei como você se acomoda e leva uma vida normal nas três atitudes humanas fundamentais (pessoal, familiar e social): como pode uma moça razoável, uma esposa e dona de casa, ter e conservar dentro de si fogueiras de sol e fúlgidos espasmos de luas entre nuvens? Como pode assim amansar a genialidade introspectiva sem desafinar, sem exasperar? Ah, deve ser assim mesmo. É assimilando a própria sabedoria genealógica - que lhe veio de graça, sem ser chamada e que por isso jamais pode ser expulsa, que já se inoculou no cerne e na carne de seu espírito – e é assim que você vai revelando a significação dos matizes e dos arroubos das retrospectivas e perspectivas existenciais de sua floricultura, de sua lavoura poética. E a primeira colheita encanta e alimenta tantas almas e corações sequiosos, atribulados e cooptados pelos divulgados folhetins da banalização midiática, que pretende transformar o que vê e toca numa espécie de feira de vaidades, numa espécie de “sol nulo dos dias vãos”, como diria o poeta Fernando Pessoa.
É uma bênção a florescência e a frutificação do “manso pulsar” da obra da ao mesmo tempo retraída e fulgurante Stella Tavares. Bem haja, pois. Parabéns e abraços.
Lázaro Barreto

..."Senti a escritora autêntica que sabe lidar com as palavras
de maneira intuitiva e surpreendente. Alma e poesia se fundem
em um verbo criativo. Que faça uma bela carreira".
Affonso Romano de Sant'Anna

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sã Consciência

Sou uma mulher de meia idade

muito embora ninguém nunca tenha dito

de quantos anos é feita uma idade inteira

Uma mulher que deflora o tempo,

o divide ao meio, transita por suas infinitas passagens

e que aprendeu a extrair o seu poder anestésico e cicatrizante

Manuseio o tempo, mantenho-o em lugar seco, arejado

E o sorvo em forma de Alquimia.


Stella Tavares

selo/premio




Agradeço a Ângela do blog entremeios http://entremeios-angela.blogspot.com/o selo/premio Blog de Ouro. Agradeço pelo carinho e parceria. Tenho conhecido mais profundamente vários blogs, vou indicar 10 de tantos outros blogs encantadores que tenho o enorme prazer de conhecer e acompanhar. Obrigada mesmo!

1-Faces de Mulher
2-O livro dos dias dois
3- Sempre Poesia
4-Campos e Lima
5- tertúlias
6-Multiolhares
7-Intimo e Pessoal
8-Carlos Soares
9- Essencial
10- Rosemildo Sales Furtado

Regras:
1-Exibir a imagem do selo; 2-Postar o link de quem indicou; 3-Indicar alguns blogs de s/preferência; 4-Publicar as regras.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Era uma vez...

Logo após o Era uma vez... poderá vir qualquer narrativa, mas presumimos que a partir daí virá sempre uma linda história. Se formos escrever uma história sobre nossas vidas e começarmos pelo era uma vez, com certeza selecionaremos nossas melhores lembranças e os mais nobres traços de nossa personalidade serão ressaltados.Se fosse me descrever a partir de Era uma vez diria: Era uma vez uma menina que se encantou pelas palavras. Tanto as amou que elas a acompanharam vida afora borboleteando em sua mente. Experimente a se descrever começando pelo era uma vez e terá uma lúdica e ao mesmo tempo precisa forma de autoconhecimento. Você poderá se surpreender o que virá depois, mas, com certeza o que existir de mais verdadeiro aflorará em sua mente.

Stella Tavares

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Bendita Catarse!

Enxergar-se a si mesmo, parece tão simples, tão fácil, mas não é. Sempre tive muito receio. Quando alguém enxergava em mim um defeito, algum ponto de minha personalidade que precisava ser melhor trabalhado, sentia-me ofendida, entristecida e, não raras vezes humilhada, diminuída, desconfortável. Vivi durante anos a fio sem conhecer a minha essência. Pior que isso, enxergava-me através dos olhos do outro, alimentava-me e guiava-me do que o outro pensava a meu respeito. O que me tornava cada vez mais vulnerável. Enxergava em mim a mais humilde das criaturas e acreditava que era exatamente aí que residia o meu calcanhar de Aquiles.. Até o dia em que comecei a dissecar o que sentia, tudo que me causava tamanho desgosto e sensação de impotência. Até conseguir entender que eu era uma pessoa insegura e que tudo que eu sentia era resultado disso. Foi então que, para meu espanto, descobri que não era uma pessoa humilde. O que eu enxergava como humildade nada mais era que um tremendo Orgulho travestido de humildade.
Achava que não gostava de falar em público, preferia ser uma eminência parda por humildade quando na verdade não dava a cara pra bater porque era um poço de orgulho. Foi então que comecei a rir de mim mesma, a desarmar a cilada emocional em que vivia. Comecei transformando minhas experiências em uma peça teatral a qual dei o nome de Manual do inseguro. Passei a fazer entrevistas e aos poucos fui percebendo que não era nenhum E.T que tantas e tantas pessoas navegam ou já navegaram por essas águas.
Algum tempo depois escrevi um livro sobre o mesmo tema e este blog. Resultado abri todas as comportas, minei todo o campo, dei linha à pipa, enfim esgotei, mapeei, transmutei sentimentos, levei-os para o papel, para o computador, como tema de conversa, despi-me de todo orgulho... Ah, bendita Catarse! Foi o que houve. Hoje me sinto uma pessoa mais forte, mais convicta. O outro e a opinião alheia têm o valor que lhe damos. Hoje me conheço e esta é a poderosa arma que descobri. Sei o que me satisfaz e o que me agride. Consigo conduzir melhor os meus sentimentos e isso não é fruto exclusivo do passar dos anos. É a lei da observação, dos ensaios e erros, do baixar a bola e me enxergar exatamente como sou. Reconheço o que faço com mais facilidade, o que preciso de ajuda para realizar, o que não consigo realizar, sem me sentir diminuída por isso. Como é confortável ser o que somos, sem máscaras, sem pretensões. Bato muito nessa tecla, mas a base de tudo é nos libertarmos do orgulho. Esse grande ditador e suas descabidas exigências.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Leite de Pedra

Aprendi a tirar leite de pedra com toda habilidade e paciência. Aprendi com a própria vida, professora por excelência em todos os assuntos.
Não preciso de balde, nem banquinho. O leite extraído de pedras não goteja de tetas e sim dos obstáculos que aprendemos a alquimia de transformá-los em
Leite de mãe que nos reforça, de via láctea que escorre. Leite de pedra alimenta nossas almas, faz amadurecer sentimentos e tem o sabor que quem experimentou nunca esquece.

Stella Tavares

sábado, 8 de agosto de 2009

PROXIMIDADE

Desde ontem sinto que as palavras me sondam, se aproximam, testam os meus sentidos, borboleteiam em minha mente como se brincassem a minha volta e se riem de minha displicência involuntária. Ainda assim incandescem, fluorescem explicitas como o neon bem de frente à janela do meu quarto.. Quanto a mim, sinto que falta-me uma teia, um filtro, uma rede.

E eu tento respirar mais, mergulhar mais, reavivar os meus desgastados sentidos, todos os sete. Engana-se quem os resume a cinco. Os outros dois recebemos vida afora e eles nos revestem e aderem com a cumplicidade de uma luva.

São imprescindíveis, intransferíveis, inconfundíveis como os traçados de nossas mãos

Algumas pessoas demoram um pouco mais para descobri-los, outras, toda uma existência.


Stella Tavares

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O Barro de que somos feitos

Eu, Stella Maris

Nunca entendi de estrelas e mares

Mas vivi grande espaço de tempo viajando

E decifrando o que me vai no íntimo

Acho que sempre gostei do avesso,

Tendência natural que me levou por caminhos

Insólitos, pouco visitados, navegados, torrentes de mim

Por um longo tempo desejei ser outra pessoa, outro tema,

Conhecer outras paisagens, possuir outro ofício,

Ter uma capa de invisibilidade ou ser igual todos os dias

Só após quatro décadas aprendi a conhecer e respeitar o barro de que sou feita,

Aliado a veias e digitais que são tão minhas

Aprendi a entender os labirintos dos meus dedos,

A extensa linha da vida e outros pequeninos sinais

que também os conheço e sei de onde vieram.



Comecei a fazer um auto-retrato como um exercício de autoconhecimento. Sempre parto do princípio de que quanto mais me conheço, me respeito, mais chance tenho de viver da maneira mais prazerosa e confortável. Conviver com um estranho sempre foi mais difícil que conviver com o melhor amigo. Ser parceiro de si mesmo, conhecer o barro do qual fomos feitos é um grande passo. Agindo assim, nunca subiremos no salto acreditando que somos a última bolachinha do pacote e estaremos conscientes que somos todos feitos do mesmo barro, mas também teremos sempre em mente que somos IMPORTANTES afinal, somos filhos de Deus!

Stella Maris Tavares Macedo (Stella Tavares)