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Romance escrito em tempo real

terça-feira, 31 de março de 2009

Clarice de Almeida, 59 anos

Identifiquei-me profundamente com o autor do relato “Homem não chora”. Cometi esse erro com os meus filhos. Quando eles nasceram, morava em uma minúscula cidade no interior de Minas e tudo que eu sabia havia aprendido com minha mãe que aprendeu com minha avó e assim por diante. O maior medo de todos os tempos era não saber como criar um filho homem. Para falar a verdade tinha medo até de amar além da conta e comprometer a masculinidade deles. Preferia manter um relacionamento mais distante, sem muito carinho. Achava que se os tratasse secamente evitaria problemas futuros. Hoje vejo como errei. Converso com eles, hoje todos adultos e peço a eles que me perdoem. Por acaso se a opção sexual deles fosse diferente deixariam de ser meus filhos? É claro que não. Por sorte eles entenderam as minhas dificuldades e limitações e apesar de ter engolido muito choro, muito medo, muita falta de diálogo, se tornaram homens bons, educados, gentis, amorosos.

Mas se pudesse voltar o tempo não teria mais essa de filho ou filha, amaria todos com o mesmo e genuíno amor: o amor de mãe.

Um comentário:

ana v. disse...

Também tenho dois filhos homens (e não tenho filhas), e felizmente eles sabem que chorar não faz deles menos machos. Apenas mais humanos.
Um beijo